12/05/2012

Love Story cap 6- expulsa?





“Eu estava sentada em uma mesa com mais algumas pessoas a minha companhia. Duas meninas, uma mulher e um homem.
Homem: não devemos nos misturar com eles! – ele fala me encarando – isso serve pra vocês também, Cintia e Clara – se refere as meninas.
Angel: certo, papai! – papai? Wtf?
Cintia: por que não, pai? – pergunta com um olhar inocente.
Pai: eles fizeram muito mal a nossa família no passado!
Clara: como o que?
Pai: roubaram-nos! E isso é só, vão dormir – elas se viram e saem correndo para o corredor, eu me levanto e já estava indo quando meu, pelo jeito, pai me interrompe – isso serve principalmente pra você!
Angel: por que está fazendo isso? Sempre arranja um jeito de infernizar minha vida! – falo um pouco alterada.
Pai: é para o seu bem!
Angel: ou pro seu bem!? – o silencio governa o lugar.
Pai: os Styles são inimigos! Eu não quero te ver com aquele rapaz! Nunca mais! Está entendido??
Angel: sim, pai! – ele faz um sinal e eu me retiro do cômodo apenas deixando o lugar mais silencioso.”
                Acordo com a claridade em meus olhos, me levanto esfregando os olhos e vejo que estou com o mesmo vestido da noite passada. Entro no banheiro, tomo um banho quente e demorado, saio e me troco. Sento na minha cama e pego o caderno jogado no chão aberto na musica que escrevi ontem de madrugada.
                Saio do meu quarto tentando não lembrar da loira peituda que me incomodara noite passada, muito menos do seu “namorado”. Fui até a cantina da faculdade e tomei café ali mesmo. Era domingo, um domingo solitário e tenho certeza que não vai ser o primeiro.
                Enquanto apreciava meu lanche e meu café lembrava-me das palavras de Harry. Por que ele foi tão meigo e, bem, fofo comigo se achava aquelas coisas de mim? A vida é estranha, mas essa é a realidade e eu já sei muito bem que a realidade é muito estranha e triste. O que menos intendo é por que estou dando tanta bola para o que ele falou? Nunca fui de ligar pra essas coisas, eu hein!
                Paguei a tia da cantina e fui andar pela faculdade, tem muitas salas por aqui então vou explora-las! Fui andando pelos corredores e andares entrando em todas as portas, mas apenas uma me chamou a atenção. Era um teatro, tinha um palco gigante e várias poltronas que se estendiam até o final do lugar. Era enorme e lindo. Caminhei até o centro do palco onde tinha dois pianos, um microfone e um monte de outros instrumentos encostados ali (estou apaixonada *-*). Isso me fez lembrar o porquê de eu vir pra Londres, realizar meu sonho.
                Sentei em um dos pianos e dedilhando cada nota com delicadeza comecei uma musica. Tocar, cantar, escrever me fazia sentir bem. A cada nota tocada eu me sentia mais próxima da minha mãe, como se ela estivesse aqui do meu lado me ajudando e me dando toda a confiança possível. Comecei a cantarolar baixinho minha nova musica.
Xxx: muito bom! – me levantei rapidamente do piano encarando o Steven que me olhava satisfeito – desculpe, não quis te assustar!
Angel: tudo bem! – sorri e dei meia volta querendo sair do lugar.
Steven: espera! – me viro o encarando – foi você que escreveu? – confirmo – muito bom mesmo! Acho que você não é tão ruim como pensava! – nossa, isso é muito legal, saber que você não é ruim tanto quanto a pessoa pensava – se cantar isso na apresentação semana que vem vai se sair bem!
Angel: obrigada! – agradeci e sai dali. Não me culpem, mas odeio saber que as pessoas estão me observando enquanto toco ou canto, isso me assusta muito.

[...]
                Eu estava no meu quarto terminando os arranjos da minha musica no violão. Estava sendo um pouco (muito) complicado pensar que vou canta-la pra um monte de gente.
- Senhorita Garcia! – escuto alguém batendo na minha porta. Me levanto e vou abri-la.
Angel: sim? – abro a porta e vejo o coordenador com a Bianca junto – aconteceu alguma coisa??
Jack (coordenador): sim! Nos acompanhe ate minha sala – concordei e fui com ele e a Bianca. Depois de caminhar um pouco mais finalmente chagamos na sala dele – sente- se! – ele pede e eu me sento – eu quero saber por que quebrou o piano??
Angel: eu? Piano?? Que?? – as pessoas aqui adoram me acusar das coisas!
Bianca: eu fui como sempre ensaiar minha música e quando eu cheguei no teatro o piano estava quebrado, assim como os outros instrumentos!
Angel: mas não fui eu! Juro!
Jack: de acordo com as fontes – fontes? – a senhorita foi a ultima a usar o teatro hoje de manha!
Angel: vocês não podem me acusar, tem provas de que eu que quebrei?
Jack: a Bianca mesma viu – ah claro que a Bianca viu, que imaginação a minha! ¬¬
Angel: então precisamos leva- lá a um médico por que ela está vendo coisas!
Bianca: ela ta mentindo, papai! – papai?? Ta explicado!
Jack: sinto muito Garcia! Devido as consequências você perdeu sua bolça! – ah não mas...eu...não...
Angel: o que?? Eu não posso perder a bolça.....
Jack: sinto muito! Mas graças a o que você aprontou você leva uma suspenção – em uma faculdade?? Serio? – e acaba perdendo a bolça!
Angel: isso é injusto! Vocês não têm provas! – falo irritada.
Bianca: eu sou a prova! – sorri satisfeita.
Angel: se eu perder a bolça eu não tenho como pagar a faculdade! Por favor...
Jack: sinto muito! Se é assim a senhorita terá que se retirar dos nossos ensinos o mais rápido possível! – não chora. Não chora. Não chora.
Angel: eu estou....sendo expulsa? – ele confirma. Não deu, chorei! Tantos anos de trabalho, estudo pra ser expulsa na segunda semana de aula??
Jack: preferiria que a senhorita se retirasse hoje!
                Me levantei da cadeira, limpei minhas lagrimas, olhei pra Bianca que sorria vitoriosa e fiz uma das coisas que nunca pensei que faria em uma escola, mostrei o dedo do meio pra ela.
Angel: espero que vá para o inferno, vaca! – falei e ri da cara de espanto do Jack e da loira peituda. Me virei e sai da sala dele rindo por fora, mas chateada por dentro.
                Fui até meu quarto, guardei os poucos pertences que estavam fora da mala e sai dali o mais rápido possível. Sentia uma raiva tremenda pela Bianca. Como ela pode ser tão descarada a esse ponto, claro, com a ajudinha do papai tudo é mais prático.
                Fiquei vagando pelas ruas de Londres procurando um ponto de taxi. Olhei no relógio e já era 18:00, o céu já estava se escurecendo e eu aqui procurando um lugar pra ficar. Cansada, sentei em uma escadinha de uma loja. Da pra piorar?? – foi só eu pensar isso a chuva começou a molhar todo o meu rosto seguido de minhas roupas, as encharcando.
                Minha raiva se foi, agora é tristeza. Minhas chances tinham acabado, praticamente. Vou voltar pro Brasil, ser mais uma garçonete até os 30 anos, fugir pra Las Vegas e passar o resto da minha vida jogando poker. Não é tão ruim, tirando o fato de eu não saber jogar poker, isso é uma coisa que eu preciso aprender. Ri de mim mesma. Uma menina de 18 anos com um talento musical (sem querer me gabar) sentada em uma escada de um bar procurando um lugar pra passar a noite, lembrando que está chovendo e faz muito frio esse horário. Lágrimas começaram a escorrer do meu rosto voluntariamente. O que eu estou fazendo? O que eu vou ganhar chorando?
                Um carro preto (e de rico, mais isso é só mais um pequeno detalhe) parou na frente do bar que eu estava sentada. O vidro abaixa e eu vejo a ultima pessoa que eu queria ver hoje.
Xxxx: quer uma carona?




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