12/06/2014

UDBC - Cap. 04 - Seis meses



Harriett, sempre foi azarada, mas aquela semana se superou. Casar com alguém desconhecido e ser despejada ainda por cima? Isso já era demais.
 – O que? – perguntei confusa. 
 – Você tem trinta minutos para fazer uma mala com roupas e sair da casa, se não sair em meia hora tiraremos você por mal – ele falou e saiu.
Peguei uma mala qualquer e coloquei algumas roupas e alguns calçados, como não tenho joias nem me preocupei com isso. O que estava me deixando aflita é aonde eu vou ficar. Peguei minha mala e fui ate o José, ele era um dos meus únicos amigos aqui em Las Vegas, bati na porta dele e ele logo atendeu, me encarou e perguntou:
 – O que aconteceu?
 – Fui despejada, poderia ficar aqui por uma noite? – perguntei
 – Desculpe mas não, como irei trabalhar em um caso seu, seria antiético se tivemos algum tipo de contato antes do julgamento – ele falou.
 – Entendo, mas aonde eu posso ficar? – perguntei começando a ficar desesperada
 – Não tem nem um outro amigo?
 – Tem o meu “marido”, ele tem um quarto de hotel, dinheiro e poderia me ajudar, mas não conheço ele e os amigos dele suficiente para pedir isso. 
 – Já sei – ele falou com uma cara que realmente me deu medo, normalmente as ideias dele são suicidas.
 – O que? 
 – Nada, boa sorte, tenho que ir dormir, amanha as nove da manhã, viu?
 – Estarei lá.
Ele fechou e eu me virei. É agora eu tenho que achar um lugar para ficar que não seja caro, de preferencia de graça. Sai do prédio e percebi que já começava a anoitecer, é eu tenho que ter uma ideia rápido, ou se não é dormir na rua com o mendigo dois que parece um macaco.
Comecei a caminhar pelas ruas de Las Vegas, devo confessar que não era isso o que eu queria para a minha vida, eu queria uma vida normal, mas não, eu tenho que nascer com a bunda escondida da lua. Eu acho que sou a pessoa mais azarada do mundo, isso quando não estou metida em alguma encrenca como essa, quem consegue ser despejada um dia antes de uma anulação de um casamento?
Atravessei a rua e sentei no meio fio.  Agora era rezar para nada acontecer, nada pode piorar. 
P.O.V. Louis
Depois que saímos da casa de Harriett fomos direto para o hotel, assim que cheguei lá percebi que esqueci meu celular no apartamento, falei para os meninos e Harry falou que iria comigo buscar. Entramos no carro e fomos indo. 
Assim que chegamos no apartamento de Harriett, vimos uns quatro caras levando a mobilha do apartamento para um caminhão. Mas o que? O que estava acontecendo?
Será que ela resolveu se mudar? Ou deu a louca nela e vendeu tudo? Sei lá, se eu conhecece ela eu até poderia tentar descobrir. Mas não a conheço direito.
Harry estacionou o carro e saímos. Caminhei até onde um cara guardava o sofá de Harriett no caminhão.
– O que aconteceu? – Perguntei e o homem me encarou e falou:
– A menina que morava ai foi despejada.
Assenti e caminhei até Harry que me encarava estranho. Assim que me aproximei ele perguntou:
– O que aconteceu?
– Pelo visto Harriett foi despejada.
Harry se espantou e começou a olhar em volta como se procurasse algo. O encarei e entendi o que ele estava fazendo. Se Harriett foi despejada ela com certeza estaria por aqui. Mas por perto.
Comecei a procurar junto. Não custava nada tentar achar a minha “esposa”. Acho que vou dar um apelido para ela. Naja. Ou cobra. Já sei, louca que está casada comigo.
Perfeito.
Logo Harry me cutuca e olho para onde ele está apontando. Vejo uma menina sentada com uma mala ao seu lado. Só podia ser Harriett. Caminho calmamente até ela. Assim que me aproximo ela me encara triste e eu falo:
– Pode ir para o hotel com a gente
– Eu vou aceitar.
Assim ela se levanta e caminhamos para o carro, no qual Harry já estava dentro. Assim que ela coloca sua mala no porta malas e entra no carro Harry da partida no carro e vamos para o hotel. Em um silencio absoluto. Ninguém resolveu puxar assunto. Eu agradeci por isso. Não saberia o que falar.
P.O.V. Harriett
Pesadelos. Foi isso que se resumiu minha noite. O por que? Não sei.
Me sentei na cama onde me encontrava. Estava com medo de abrir os olhos e descobrir que isso podia ser mais um sonho. Pois me lembro de ser desejada. Mas assim que abri os olhos encontrei um quarto luxuoso e me lembrei. Louis me ajudou.
Me levantei e fui até o banheiro que tinha no quarto. Esses meninos deviam ter dinheiro saindo pelos poros. Para um quarto de hotel isso está muito chique. Entrei no banheiro e me olhei no espelho. Deplorável. Me cabelo tirou o dia para ficar uma merda, meus olhos estavam fundos e eu podia fazer cosplay de zumbi sem maquiagem.
Caminhei até a minha mala que estava na frente da cama e peguei uma roupa qualquer. Não queria nem ligar. Hoje eu ia tirar o dia para me encolher em um canto e chorar. Era um bom plano, mas minha consciência não me deixava faltar o trabalho. Ainda mais que eu tenho um pequeno vicio de trabalhar. Fiz meu trabalho minha segunda vida.
Caminhei até o banheiro novamente e liguei o chuveiro. Tirei minha roupa e entrei embaixo da água quente. A água escorria pelo meu corpo e eu conseguia sentir meus músculos relaxando. Era revigorante. Era tudo o que eu precisava.
Terminei meu banho e me troquei. Acho que por hoje calça jeans, tenis, blusa e um casaco não era ruim.
Voltei para o quarto e encarei minha mala. Eu tinha que fazer tantas coisas. Uma delas era achar um lugar para ficar, outra era cuidar desse anulamento.
E esse anulamento tem que dar certo. Bom eu já tenho tudo planejado para que dê. Às vezes ser jornalista tem suas vantagens.
[...]
Depois de um grande esforço para sair daquele quarto e ir para a sala, onde encontraria os outros, levou um bom tempo. Hazy tentou adiar aquilo o maximo possivel. Louis tambem não estava ansioso. Logo eles entraram no carro e foram para o tribunal.
Chagando lá Louis se dirigiu ate a mesinha onde ele teria que ficar com seu advogado. Louis olhou para o lado e enxergou Harriett. Pela primeira vez ele percebeu como ela era bonita, percebeu seus cabelos castanhos que iam até o ombro e seus finos traços. Também percebeu seus olhos eram lindos olhos castanhos esverdeados. Percebeu que Harriett era muito mais bonita do que pensara, não era aquela menina irritante que sua mente sempre imagina quando falavam dela ou até mesmo quando ele pensava nela.
A única pessoa que faltava era o juiz. Logo um homem bem baixinho entrou correndo no tribunal e cochichou alguma coisa para um outro carinha. Esse mesmo pegou um microfone e falou:
 – O juiz José sofreu um acidente, ele se encontra em repouso no hospital e por isso não poderá jugar hoje. Como substituto teremos o juiz Felipe Hilar – o homenzinho falou.
 – Sobrenome parecido com Hitler – Harriett falou para si mesma
 – Bom, vamos começar com a separação – Felipe, o juiz, falou
 – Anulamento – Harriett e Louis falaram ao mesmo tempo.
 – Silencio no tribunal – falou o anão que estava do lado do juiz.
 – Falem o que vocês querem – o Juiz falou
 – O anulamento do casamento – Eu e Louis falamos juntos novamente.
 – Casamos quando estávamos bêbados, eu nem lembro de dizer o “sim” – Harriett falou
 – Estávamos incapacitados de fazer qualquer coisa, como casar – Louis completou
 – Tem provas? – o juiz perguntou
 – Tem essa foto – Harriett mostrou uma foto em tamanho família dela com um véu de noiva junto com Louis que estava com a gravata na cabeça. Ambos sorriam.
 – Você consegue ver claramente que estamos bêbados nessa foto – Harriett terminou mostrando a foto
 – Você tem que dar o anulamento – Louis meio que ordenou para o juiz, não foi uma ordem, mas também não chegou a uma súplica
 – Quem você pensa que é para me ordenar a fazer alguma coisa? – o Juiz ergueu a voz fazendo Louis se encolher no canto e Harriett dar uma risadinha de deboche – E você menina? Jovens como vocês são o motivo do mundo estar em decadência. Eu só irei dar o anulamento daqui a quatro meses, isso se vocês me provarem que podem arcar com as consequências do que se meteram, arcar com o que vocês fizeram de burrice.
– Como podemos provar isso em quatro meses? – Louis perguntou
 – Vocês viverão como um casal – o Juiz parou e pareceu pensar – e para provar isso terão que frequentar uma terapeuta de casais uma vez por semana.
 – O QUE? – Harriett gritou
– Cinco meses pelo grito – o Juiz falou – Isso ai, agora serão cinco meses –
O juiz falou para si mesmo essa parte, porém todos conseguiram escutar.
 – VOCE NÃO PODE FAZER ISSO, JÁ TINHA FALADO QUATRO – Louis se revoltou e gritou também.
 – Seis! mais alguma pergunta? – o juiz perguntou cínico, Louis e Harriett negarão com a cabeça – Ótimo, alguém tem residência fixa? – Louis ergueu a mão – Ótimo, Srta. Callan, você ira morar com o Sr. Tomlinson durante esses seis meses, e para provarem que estão morando juntos eu quero provas filmadas e fotografadas. Mas lembre-se, não morarão juntos como amigos e sim como um casal.
 – Mas com todo o respeito – Louis falou depois de erguer a mão – Minha residência fica em Londres
 – Eu tenho trabalho aqui em Las Vegas – Harriett falou também depois de erguer a mão
 – Vocês não precisam erguer a mão para falar, não estão mais na escola – o juiz falou e revirou os olhos
 – Mas o que faremos nesse quesito? – Harriett perguntou
 – Dêem um jeito, quero os dois morando juntos – o Juiz falou
 – Mas... – Harriett e Louis falaram juntos 
 – Sem mas, esse é o meu veredito – o juiz falou e bateu o martelo

Hey
Eu não tenho muita coisa para falar :/
Mas o que estão achando? Qualquer dica podem dar!
Um beijo e um queijo
Tália

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