12/31/2014

UDBC - Cap. 28 - Marry me



O leve zumbido de conversa ecoava pelo ouvido de Harriett. Não que ela tivesse algum problema contra as pessoas conversando. Talvez não todas. Já que Hazy só queria que a cabeça de sua prima Gabi explodisse. Por que? Desde que Louis e Harriett chegaram na festa de aniversario de Zayn, Gabi não parava de se jogar em cima do marido de Harriett. 
Tudo bem que desde que Harriett se casou ela queria que Louis desse em cima de outra só para acabar com essa palhaçada logo. Porém, agora, era diferente. Harriett tinha assumido para si mesma que gostava dele. Então ela preferia não ver ele dando em cima de sua prima, quem já tinha até beijado.
Ainda mais na festa de aniversario de Zayn.
Harriett via todas aquelas pessoas se divertindo e rindo de besteiras. Era uma data a se comemorar. Aniversários sempre são importantes! Ainda mais os de quem tem nosso afeto. Passar tempo com familiares era importante. Só por essa razão, Harriett não xingava todos que passavam perto de dela. Estragar a festa de todos não estava no plano de Harriett.
Mas estragar a sua vida com um pseudocasamento estava. Talvez estragar sua vida estivesse em seu destino. Mas o real problema não era nem o casamento. Era o fato de Harriett ter se apaixonado por seu pseudomarido.
Após ficar mais um longo tempo encarando Louis dar em cima de Gabi e a mesma esfregar seu decote na cara de Tomlinson, Harriett se levantou e foi atrás de alguma bebida. Não que seu histórico com bebidas fosse o melhor, na verdade era um dos piores, mas ela queria esquecer o que tinha admitido para si mesma. 
Estar apaixonada por Tomlinson não estava fazendo bem a sanidade de Harriett.
A morena se levantou e ao olhar em voltar viu vários casais. Louis e Gabi. Zayn conversando com Perrie. Tinha Niall mandando mensagem para alguém no celular. Harry beijando Erika. Pera... O que? Mais um novo casal? 
Harriett revirou os olhos e pegou uma taça de champanhe de um garçom que passou perto dela. Após tomar toda a taça em um gole, ela caminhou até o bar e pediu uma dose de vodka. Logo que a taça chegou Harriett tomou tudo. 
Quando Harriett ia pedir outra dose de vodka, Malik interrompe a música a as conversas chamando a atenção. Logo ele começou a falar:
– Oi, e bem-vindos. – Zayn falou e todos aplaudiram – Como sabem, hoje é meu aniversário. – aplausos invadiram o local fazendo Zayn rir.
– Fala logo! – alguém gritou entre a multidão fazendo alguns rirem.
– Okay... Bom, e eu queria deixar essa data ainda mais importante. – Zayn falou se virando para Perrie que sorria. – Perrie, eu te amo e sei que pode ser um pouco precipitado, mas eu te escolhi para passar o resto da minha vida. Quer se casar comigo?
Sem saber o que falar ela colocou a mão sobre a boca e fazendo que sim com a cabeça pulou em cima de Zayn o abraçando. Todos aplaudiram e Harriett pediu mais uma vodka virando logo que chegou.
Mais um casal sendo feliz. Não que Harriett não estivesse feliz por eles, muito pelo contrário, ela queria que eles fossem felizes. Porém ela também queria ser feliz. Ela pegou uma taça de champanhe e caminhou em direção ao jardim de trás da casa de Zayn.
Ao chegar lá ela escolheu um banco que tinha ali e se sentou. Se Louis tinha seguido em frente, com sua prima, ela também faria. Não com um primo dele, mas com alguém. Qualquer pessoa. Qualquer um. 
Sem saber para onde ir, Harriett voltou para a festa e decidiu que não beberia mais. Iria embora. Hazy caminhou até os noivos e o parabenizou. Avisou que iria embora também. Eles pediram para ela ficar mais, porém Harriett realmente queria ir embora.
Sem ter a mínima noção de tempo Harriett entrou em seu carro e quando viu já estava na casa de Louis. 
Ou sua. 
Ou deles. 
Para ela essa parte ainda era muito confusa. Ela passou pela porta de entrada e tirou seu sapatos de salto. Começou a subir a escada e entrou em seu quarto. No quarto de Louis. No quarto deles. 
Essa parte também era muito confusa para ela ainda.
Ao se jogar na cama ela dormiu rapidamente. Porém sua mente tinha nome e sobrenome. 
Louis Tomlinson. Ele rondeava sua mente. Ela só conseguia pensar nele.
Em algum ponto da noite Louis chegou bêbado e encontrou Harriett já em seu décimo sono. Sem muito noção de espaço e de qualquer outra coisa, Louis se jogou na cama e dormiu ao lado de Harriett. Ele sequer se lembrava como era seu nome e como chegara ali.
O milagre era ele ter acertado a cama na hora que pulou.
[...]
Acordar em modo automático é normal. Em certo ponto. 
O que seria acordar em modo automático? Seria aqueles dias que você acorda e segue sua rotina sem se importar com nada, você simplesmente faz o que está programado. Você faz tudo no automático. É um modo meio robótico por assim dizer.
O porquê de eu explicar isso? Pois para Louis e Harriett a manhã do dia depois da festa de Zayn foi no automático. No automático e em silêncio. Nenhum ousou falar com outro. Louis ainda estava bravo com Harriett, por algum motivo que ele já tinha esquecido e Harriett estava com raiva de si mesma por gostar de Louis, e ver ele beijando Gabi.
Ambos confusos em seus pensamentos.
Hazy pegou seu celular e seu material de trabalho e assim se foi, deixando Louis para trás. Logo a barulho da porta se fechando foi ouvido por Tomlinson e o mesmo falou:
– Bom trabalho, Harriett.
Tudo que Louis queria era ficar em paz com Harriett, mas quando ele não fazia merda, ela fazia, e quando ela não fazia, ele fazia. A segunda opção acontecia com mais frequência. Não que Louis sempre fizesse merda, mas na maioria das vezes ele era o culpado. 
Com toda a preguiça que seu corpo podia suportar, subiu as escadas e entrou em seu quarto ou quarto de Harriett. Procurou alguma roupa ou blusa sua e achou sua blusa favorita. Por algum motivo estranho ela estava enfiada de mal jeito na parte do guarda-roupa de Harriett.
Sim, Harriett já tinha se apossado de uma parte do guarda-roupa fazia algum tempo. Assim que ele puxou a blusa ele ouviu o barulho de algo caindo. Ao olhar achou uma caixinha de veludo preta. 
Calmamente Louis se abaixou e pegou a caixinha a examinando. Ao abrir ele achou uma aliança. Ele já tinha visto essa aliança em algum lugar. Foi ai que ele lembrou de quando estava procurando alguma coisa para incriminar Harriett. Ele pegou a aliança e leu o nome:
Louis Stevie Baker.
E Louis teve uma ideia genial, pelo menos para ele era genial. Se aturar mais um mês com Harriett parecia a perdição, ele acabaria logo com isso. Ele só precisava achar esse tal de Louis Stevie Baker, se ele já fez Hazy feliz uma época podia fazer de novo. Louis queria que ela fosse feliz, com ou sem ele.
Louis pegou um casaco, a aliança de Harriett e seu celular. Andou até seu carro. Assim que entrou em seu carro ele percebeu que esqueceu de pôr uma calça e da chave do carro.
Já com uma calça e com a chave do carro, ele ligou o carro e foi até uma empresa onde esse Louis Stevie Baker trabalhava. Uma pesquisa feita durante seu tempo de tédio realmente o ajudou. Ele chegou na empresa e perguntou por Stevie. Não foi muito difícil o encontrar. Ele estava tomando um drink no restaurante da empresa.
– Com licença. – Louis fala e Stevie o encara sério.
– Quero mais um copo de vodka, por favor. – Stevie fala e Louis revira os olhos.
– Não sou garçom...
– Mas deveria ser! Tem cara.
– Okay, obrigada pela dica – Louis fala irônico. – Você é amigo de Harriett Callan?
– Ex-noivo. Ela é incrível em muitas coisas, mas é muito viciada no trabalho. Por quê?
– Perfeito, é com você mesmo. Louis Stevie, certo? – Stevie só concordou com a cabeça. – Harriett me pediu para lhe devolver isso. – Assim Louis devolve a aliança para Stevie e o mesmo o encara curioso.
– Você é amigo dela?
– Sou!
– Ela deve estar bem abalada! Me lembro que ela não era muito de esquecer o passado...
– Na verdade, ela já esta em outra, até se mudou para cá!
– Ela saiu de Las Vegas?
– Saiu.
– Isso é novo. – Stevie comentou encarando a caixinha com a aliança.
– Ela também pediu para lhe falar que ela não se sentia boa o bastante para você! Mas que agora passou.
– Okay...
Assim Louis se levantou e saiu andando. Pronto, se seu plano desse certo, Stevie iria atrás de Harriett e pronto. Ela seria feliz. Louis entrou em seu carro e disse:
– Como eu odeio estar apaixonado por alguém que me odeia.
[...]
– Não acredito que você está melhor! – Elo falava encarando Rafa.
– Verdade, se lembra daquele marido louco da sua mãe? O que teve câncer! – Harriett falou encarando Elo e a mesma concordou rindo e se lembrando de um dos milhões de ex de sua mãe. Como já comentei em capítulos passados, a mãe de Elo não era da mais santa.
– Lembro... Ele saiu do hospital, mas não estava bem! – Elo falou e as primas encararam Rafa que encolhia os ombros como que quisesse sumir.
– RAFAELA! Você está mesmo melhor? – Harriett perguntou meio irritada, não conseguia pôr em sua cabeça que sua amiga podia ter mentindo para ela e ainda essa mentira podia custar uma vida.
– Olha, não tem preocupação. O médico falou que o meu tratamento não me faz ficar internada. Eu vou agir normalmente, porém uma vez por semana tenho que ir para o hospital. – Rafa falou encarando suas unhas distraidamente.
– Okay, se você acha melhor. – Elo falou e encarou Hazy que olhava para a tela de seu celular.
– Minha última terapia em casal é hoje. – Harriett deixou escapar.
– Você deve estar muito feliz. – Elo comentou sorrindo e batendo palmas.
– Finalmente vai se livrar do Louis, se bem que ele é legal. – Rafa também sorria para Harriett.
– Na verdade eu não estou tão feliz assim, eu acabei me apaixonando. – a morena falou encarando o nada, seus pensamentos estavam muito longe daquela conversa.
– Por quem?
– Pelo Louis...
Harriett deixou escapar uma lágrima e depois outra, e assim um pequeno choro seguiu pela parte de Hazy. Elo se levantou e caminhou até a cozinha para pegar um copo com água e açúcar. Ela odiava ver a prima assim.
Harriett era o que segurava todos no lugar, sempre estava forte e não desistia fácil das coisas, mas, de repente, é só Louis chegar e Harriett desmorona. Se estava sendo difícil para Elo, para Harriett estava quase impossível.
Elo estava enchendo o copo com água quando ouviu um grito vindo da sala, ela saiu correndo até onde as meninas estavam e viu uma cena que ela sabia o que significava.
– RAFA! – Elo exclamou ao ver a amiga ajoelhada no chão, suas mãos cobriam a boca tentando manter o sangue escondido, mas parecia ser muito sangue, pois ele escorria por entre os pequenos dedos de Rafa.
– O que a gente faz? – Harriett perguntou encarando Elo.
– Levamos ela para o hospital.
– Como?
– Vou ligar para o Liam, vamos precisar de ajuda. – Assim Elo sai atrás de seu celular e Harriett encara Rafa sem saber o que fazer.
Depois de algum tempo Liam chega junto de Louis. Liam pega Rafa no colo e a coloca no carro, Elo, Louis e Harriett também entram no carro.
De volta ao hospital.
[...]
Louis e Harriett estavam encarando Elo e Liam. Os quatro estava no hospital há quatro horas. Os outros tinham chegado faz pouco tempo, mas logo foram comer alguma coisa. 
Louis e Hazy encaravam Elo e Liam pelo simples fato deles NÃO desgrudam. Era um selinho ali, um cochicho lá. Estava ficando nojento.
– Acho que eu vou dar uma volta por ai. – Harriett falou e Louis se levantou rapidamente.
– Eu vou com você.
Assim os dois saíram da salinha de espera e começaram a andar pelo hospital. Nada vinha na cabeça deles, nada que desse para puxar algum assunto. Depois de andarem sem nem um rumo, acabaram na porta de saída do hospital. Louis encarou Harriett e disse:
– Acho melhor a gente ir para a terapia, logo...
– Não quero chegar atrasada...
Assim, em silêncio, eles entraram no carro e foram. Um caminho silencioso. 
[...]
– Como se sentem em saber que essa é a última terapia antes do julgamento? – a terapeuta perguntou encarando Louis e Harriett, que por incrível que parece, não tinham brigado até agora.
– Antes eu estava até um pouco feliz e ansiosa, mas hoje uma amiga nossa foi para o hospital. – Harriett falou e apoiou a cabeça no ombro de Louis.
– Foi muito inesperado, ela estava bem e de repente estava no hospital. – Louis confirmou e passou a mão por trás de Harriett a abraçando pelos ombros.
– Okay... E como foi o natal e ano novo, vocês não chegaram a me contar.
– Foi legal. – Louis começou.
– Até a gente brigar... – Harriett concluiu.
– E o motivo da briga?
– Eu... – Harriett falou e foi se afastando de Louis lentamente. – não lembro.
– Nem eu. – Louis coçou a nuca meio envergonhado.
– Bom, em algumas semanas será o final, espero lhe ver lá novamente.
Os dois concordam e se levantam para ir embora, Louis está saindo da sala seguido por Harriett quando ele nota que Harriett volta e dá um abraço na terapeuta. Depois disso os dois voltam para o carro e vão em direção ao hospital. 
De volta ao inferno, como Harriett e Louis batizaram aquele lugar.
[...]
Niall, Liam, Louis, Harry, Zayn, Perrie, Elo, Lou, Erika e Harriett estavam sentados naquela sala. Ambos estavam com uma aparência de mortos. Um médico tinha falado que o caso de Rafa estava muito avançado, e ela teve uma recaída que não estava esperada, para tentar salvar ela eles iam fazer uma oeração.
Isso fazia duas horas.
– Isso não está demorando demais? – Harriett quebra o silêncio que estava ali.
– Eu não sei. – Elo soltou e junto veio um soluço e antes mesmo de começar a chorar Liam a puxa para um abraço.
– Não chora. – Liam falou baixinho para Elo.
– Vai dar tudo certo. – Erika falou.
Logo o médico que estava responsável pela cirurgia de Rafa entra na sala de espera e encara o pequeno grupo que estava ali. Ao se aproximar lentamente ele os olha sério e fala:
– Essa é a pior parte do meu trabalho, mas devo informar para vocês que Rafaela não aguentou. Durante a cirurgia ela veio a óbito. Seu câncer estava muito avançado e seria impossível uma cura para ela. Sinto muito.
Harriett se levantou e saiu correndo. Ela não queria escutar qualquer outra coisa. Rafa era sua primeira amiga, sua primeira fonte de amizade, onde podia contar sempre e quando quisesse. Hazy chegou ao refeitório do hospital e se sentou em uma mesa. Apoiou os braços e deitou a cabeça em cima deles. Ela não queria acreditar no que o médico falou.
Ela queria morrer no lugar de Rafa.
O que a tirou um pouco desses pensamentos foi uma mão em seu ombro. Ela não sabia quem era. Harriett ergueu a cabeça para ver quem era e o susto não foi menor quando viu Louis. Mas Tomlinson só queria a ajudar. 
– Se acalma. – Louis falou paternalmente. Ele não gostou de ver Harriett, a mais centrada do grupo, desmoronar dessa forma.
– C-como? Rafa morreu. – Afirmar isso só fez Harriett chorar ainda mais.
– Vem, vamos sair desse lugar e dar uma volta. Você precisa se acalmar.
Harriett concordou com a cabeça e se deixou ser levada por Louis. Ela nem estava em condições de reclamar. Louis envolveu um braço na cintura de Harriett e ela apoiou sua cabeça no ombro dele. 
As pernas de Harriett estavam tremendo.
Louis a levou para fora do hospital. Por alguma mágica não tinha muitas fãs ou paparazzis, os que tinham não se aproximaram, talvez pelo estado de Harriett. Louis foi ate um banco que ficava mais ao lado do hospital, lá estava vazio, e se sentou em no banco colocando Harriett sentada ao seu lado.
Harriett não pensou duas vezes e abraçou Louis. O moreno ficou meio chocado no começo, ele não esperava um abraço da parte de Harriett, mas não o recusou. Para ele era maravilhoso abraçar ela. Louis gostava de cada detalhe de Harriett.
– Louis, eu preferia morrer no lugar da Rafa. – Harriett deixou aquilo sair e Louis a abertou mais contra si, ele não gostou do que ouviu.
– Não fale isso.
– Ela era importante para muita gente e eu não sou importante para ninguém.
– Você é importante para mim.
E com essas palavras Louis beijou Harriett. Ambos estavam aproveitando o beijo, tanto Louis quanto Harriett queriam aquilo. Por uma infeliz falta de ar eles se separaram e Harriett o encarou mordendo os lábios.
– Obrigada por me ajudar Louis. Mas eu ainda acho que tudo isso é errado, ainda mais nesse pequeno tempo. – Harriett falou e abraçou Louis.
– Eu entendo... Acho melhor voltarmos lá para dentro já que está mais calma.
Assim Louis se levantou e puxou Harriett para dentro do hospital.
[...]
Todos estavam naquele cemitério. Todos de preto.
Não era um momento para se comemorar, sim para chorar e falar as últimas coisas que queriam para Rafa. Não que ela realmente fosse ouvir, mas o que valia naquele momento era a intenção. E chorar em um enterro não era nem um pouco proibido.
Harriett estava do lado de Louis, ambos de preto. Harriett tinha feito de Louis seu apoio. Era necessário isso, pelo menos naquele momento Louis era tudo que Hazy tinha. 
Depois de falarem as últimas palavras e de colocarem suas flores ali, o caixão de Rafa estava a sete palmos do chão. E o adeus foi inevitável.
Harriett e Louis saíram dali e resolveram ir para casa. Harriett já tinha aceitado mais a morte de Rafa, também tinha chegado à conclusão que chorar não resolveria nada. Chegar no carro não foi nem um pouco difícil, ainda mais que nesses últimos dias Harriett estava alheia ao mundo. 
Louis dirigiu calmamente e logo já estavam em frente a casa. Aquela casa que foi o inferno para ambos nos últimos seis meses estava sendo um bom refúgio. Harriett saiu do carro e entrou na casa seguida de Louis. Ambos se olharam e se sentaram no grande sofá da sala.
Estava claro que eles precisavam conversar.
– Eu não sei sobre o que falar. – Harriett admitiu depois de dez minutos em silêncio.
– Eu não sei nem mais o que fazer... – Louis deixou a frase morrer. Ambos falaram a verdade. Suas vidas tinham se perdido, Louis não sabia mais o que fazer e Hazy esqueceu o que era. Será que tudo foi por causa do casamento? Eu não acho que o casamento seja o problema.
– O que faremos agora? – Harriett perguntou o encarando.
– Eu não sei, talvez esperar que depois da separação voltemos a ser felizes?
– Para ser sincera eu não era feliz antes de me casar...
– Como assim? Harriett, você morava sozinha e tinha o trabalho que queria.
– O trabalho não era exatamente o que eu queria, e todo meu salário ia para pegar um apartamento minúsculo onde nem isso eu consegui, já que fui despejada!
– Okay, você não era feliz... Qual foi a última vez que você foi feliz?
– Sério Louis? Que tipo de pergunta é essa?
– O tipo de pergunta que uma pessoa faz a outra!
– Okay! Eu acho que foi nas minhas últimas férias da faculdade. Foi quando eu não fui nem viajar com minha família. Resolvi que queria ficar sozinha. Peguei o carro da minha mãe e dirigi sem rumo. Quando vi estava nas redondezas de Londres, mais ao norte. Uma bela colina, no topo uma árvore. Parei o carro e fui até aquela árvore. Lá me sentei e descobri o que era se sentir livre e feliz. Eu estava sozinha, mas estava bem.
– É aquela colina da foto que está no seu criado-mudo?
– Essa mesma! Depois que descobri aquele lugar, voltava para lá sempre, até me mudar para Las Vegas e deixar todos de vez. Meus pais surtaram e entraram em uma lua de mel atrasada, e eu fiquei só na cidade da perdição.
– Por um lado é uma bela história. Mas você tem que tentar ser feliz mais vezes. Se o trabalho te faz triste, se demita. Acabe com a tristeza.
Harriett respirou fundo e se levantou. Olhou para Louis e sorriu.
– Vai aonde? – Louis perguntou sorrindo junto.
– Dormir... To morrendo de sono. – Harriett falou e Louis deu um pulo ficando na frente dela.
– Sabe... Você não me perguntou qual foi a última vez que fui feliz!
– Se esse é o problema pergunto agora!
– Pergunte.
– Louis, qual foi a última vez que foi feliz?
Louis puxou Harriett para um beijo e a beijou. A beijou como se sua vida dependesse disso. Após separar o beijo ele disse:
– Agora.
[…]
Harriett acordou e olhou para o relógio no criado-mudo. Tinha trabalho hoje. Na verdade hoje o dia ia ser apurado. A separação foi marcada para hoje e seu chefe também falou que anunciaria quem ficaria com o trabalho hoje. Um dia de descobertas na verdade.
Hazy se levantou sorrindo. Tomou um banhou e saiu rumo ao trabalho. Um lado de Harriett torcia para ela conseguir a promoção e o outro para perder. Um lado queria ficar em Londres, onde Louis estava, e o outro queria fugir de tudo. Ao chegar no trabalho ela foi informada que seu chefe a esperava na sala de reuniões.
Ao entrar na sala ela viu vários escritores e jornalistas famosos. Seu chefe e Chong também estavam sentados à mesa. Ela cumprimentou os presentes e se sentou.
– Bom, estamos aqui hoje para anunciar a nova jornalista da The Sun. – Seu chefe começou – Chong e Callan trabalharam arduamente pela vaga nesses últimos seis meses e eu resolvi que a pessoa mais indicada para esse cargo, onde terá mais trabalho é...
Mais trabalho. Essas duas palavras ecoaram pela cabeça de Harriett. Ela não queria mais trabalho. Ela queria paz. Se sentir feliz novamente.
– Harriett Callan. – Seu chefe falou e Harriett sorriu. Ela estava confusa. Será que era aquilo que ela queria?
– Muito obrigada. – Harriett falou e pensou, mais trabalho é a mesma coisa que a mais tristeza e, talvez pela primeira vez em sua vida, ela resolveu seguir o conselho de Louis. – Muito obrigada, mas não acho que eu seja a adequada. Na verdade eu gostaria de me demitir. Resolvi tirar a tristeza da minha vida.
Assim Harriett saiu daquela sala com um enorme sorriso no rosto. Ela tinha se sentido feliz novamente. Assim que ela saiu daquele prédio ele trombou com Stevie. A última pessoa que ela queria ver no mundo.
– Harriett! Estava te procurando. – ele falou sorrindo e ela se conteu para não sair correndo. – Eu queria dizer que eu sempre gostei de você e você sempre foi o suficiente para mim. – Ele falou entregando uma caixinha para ela. Essa caixinha Harriett conhecia muito bem e ao abrir encontrou o SEU anel de noivado. – Pode ficar.
Assim ele saiu e Harriett tentava entender como ele tinha conseguido aquele anel. Ele ficava guardado em sua mala, que ficava na casa de.... LOUIS.
[...]
Louis e Harriett já estavam no tribunal. Na frente do mesmo juiz que os obrigou a ficarem juntos seis meses. Harriett estava evitando Louis e o mesmo não sabia o porque. O juiz olhou para a terapeuta que estava sorrindo e perguntou:
– Você acha que eles se esforçaram para esse casamento dar certo?
– Eu acho que de um certo modo sim. Eles tem uma química muito forte, o que ajuda, e eu espero que eles sejam muito felizes juntos. Eles são um ótimo casal.
– Muito obrigada. – Assim ela se retirou e o Juiz encarou Harriett e Louis com seus devidos advogados. – Como o prometido, vocês terão a separação hoje. Adquiriram alguma coisa em conjunto?
– Não, mas meu cliente gostaria de ter 10% de sua conta bancaria para ela – o advogado de Louis falou
– Vejo que aprendeu a ser caridoso. – O juiz falou e olhou para o advogado de Harriett – Vocês aceitam?
Harriett se aproximou do ouvido de seu advogado e falou alguma coisa o fazendo ficar surpreso. O mesmo perguntou se ela tinha certeza e ela concordou com a cabeça.
– Minha cliente me informou que só quer o divórcio, nada mais que venha do senhor Tomlinson.
– Tem certeza senhorita Callan? – O juiz perguntou e Harriett se levantou de sua cadeira e falou:
– Nunca tive tanta certeza na minha vida quanto tenho agora.
– Então assim seja. – O juiz falou e bateu ser martelinho. – Louis Tomlinson e Harriett Callan não estão mais casados.
Alguns murmúrios ecoaram pelo local e as pessoas começaram a sair. Harriett se aproximou de Louis e falou:
– Jogou muito baixo desse última vez. – assim colocou a aliança em cima da mesa e saiu do lugar.
Louis olhou para a aliança e quis se matar. Ele nunca se arrependeu tanto, nem quando casou com uma desconhecida.
[...]
Fazia exatamente uma semana. Uma semana que Louis e Harriett estavam, legalmente, solteiros. E nessa uma semana Louis não viu Harriett. Não que ele quisesse. Mas quando chegou na sua casa, todas as coisas delas tinham sumido. Não que isso tenha desesperado Louis.
E especialmente nesse dia Louis resolve ir atrás dela. Ele foi até a casa de Liam, onde tinha certeza que encontraria Elo, e tocou a campainha. Não foi surpresa quando a mesma atendeu a porta e olhou em dúvida para Louis.
– O que devo a honra de sua presença? – Ela perguntou dando espaço para ele entrar.
Ao entrar ele encontrou Liam no sofá vendo TV.
– Eu preciso de ajuda. – Louis falou direto ao ponto fazendo Liam o encarar com certa dúvida.
– Em o que?
– To ficando doido. Eu to apaixonado pela Harriett e não a vejo faz uma semana. – Louis falou se jogando no sofá.
– Entra no time. – Elo comentou divertida fazendo Louis a encarar curioso. – Depois que ela pegu todas as coisas dela da sua casa e levou para a minha, ela pegou um táxi e saiu. Desde então ela não apareceu mais...
– Vocês não tentaram ligar para a polícia?
– E falar o que? Minha amiga pegou um táxi com uma mala nas costas e não apareceu mais? Vão achar que enlouquecemos. – Liam falou e Elo concordou.
– Vocês não sabem aonde ela possa estar?
– Ela falou algo como, preciso ser feliz.
Essa frase acendeu uma luzinha na cabeça de Louis e ele saiu em disparada. Ele sabia aonde ela estava.
[...]
Ali, ao pé de uma árvore, Harriett encarava o horizonte com um leve sorriso. Uma semana naquele lugar, onde tinha até uma casinha aconchegante, era como um spa para ela. Ela se sentia completa, a não ser pela falta que Louis fazia, mas ela conseguia ignorar isso. Ela olhou para trás quando ouviu passos.
Normalmente aquele lugar era muito silencioso.
E subindo aquela colina ela viu a última pessoa que esperava. Louis Tomlinson. Ele tinha um sorriso. Ela o olhou em duvida e perguntou assim que ele se aproximou mais.
– O que está fazendo aqui?
– Sabia que essa colina fica à 12km de Londres? – Louis falou sorrindo e Harriett inclinou a cabeça.
– Veio aqui só para falar isso?
– Vim.
– Então, já que você já fez o que queria, pode ir embora.
– Posso.
Assim os dois se encararam mais um tempo e Harriett perguntou:
– Por que ainda não foi?
– Preciso te falar uma coisa.
– E porque não fala?
– Não sei como. – Louis falou coçando a nuca.
– Comece pelo começo.
– Tentarei . Harriett Callan, eu estou completamente apaixonado por você, não sei quando começou, mas sei como quero que termine. Eu vim aqui para te fazer um pedido. Não de namoro, mas uma coisa que estamos mais acostumados. Quer se casar comigo? – Assim ele se ajoelhou tirando uma caixinha de veludo do bolso e a abrindo, ali revelando duas alianças. Alianças essas que mostravam um ponto de interrogação feito de brilhantes.
– Por que o ponto de interrogação nas alianças? – Hazy perguntou emocionada.
– Porque somos desconhecidos.
– Mas nos conhecemos tão bem.
– Conhecidos bem desconhecidos.
– Aceito.
Louis se levantou e abraçou Hazy. Depois desse abraço, e um beijo, ele colocou as alianças no dedo e disse:
– Te amo desconhecida.
– Te amo, meu desconhecido.
FIM.

Ooooooie,
esse é o último cap, porem eu ainda vou postar um textinho bonitinho aqui e tal :D espero que vocês tenham gostado, e todo o bláh bláh de último cap vai ser nesse textinho bonitinho!
Um beijo e queijo
Tália
<3

12 comentários:

  1. Último capítulo, já?
    Aaaaaah ....
    CHEGAY.
    Parabéns novamente pela escrita e criatividade
    beijos...
    xoxo Malena

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  2. Lindo esse capítulo, uma pergunta o blog tem vaga?
    é q eu queria poder postar a minha fic aqui no blog...

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  3. Amo essa fic...... É simplesmente PERFEITA!!!!!! Li a primeira versão e essa e amei!!!! Parabéns
    XxMonike

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  4. Taliiia minha diva, cadê tu?
    -Amélia

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    1. To viva!!!!!! To com planos para postar logo logo!!!!!!

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  5. Tô com saudades ♥
    -Amélia

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  6. Chorei de emoção , minha mamis me viu chorando de emoção e saiu com cara de q n entendeu nd kkkkk

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  7. Chorei de emoção , minha mamis me viu chorando de emoção e saiu com cara de q n entendeu nd kkkkk
    xxxLizie (new leitora)

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  8. Perfeitoooo, parece com o filme "Um jogo de amor em Las Vegas". Ameiii.
    I love 1D forever.....

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  9. Perfeitoooo, parece com o filme "Um jogo de amor em Las Vegas". Ameiii.
    I love 1D forever.....

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