12/09/2014

UDBC - Cap. 07 - Namorado em potencial



De uma noite desagradável para um dia pior ainda. Era isso que tinha acontecido. 
Uma noite cheia de sonhos estranhos, em que eu sonhei que fazia coisas inapropriadas com Louis. era estranhamente estranho. Fazíamos juras de amor. Classifiquei aquilo como um pesadelo. Esse pesadelo só serviu para duas coisas, me assustar e me fazer pensar. Por que eu sonhei com Louis me beijando? Eu não posso me apaixonar por ele, é proibido por qualquer coisa ou regra que eu conheça.
Apaixonar-me por ele é a mesma coisa que pedir para sofrer. Pois nós iremos nos separar em seis meses. E se eu estiver gostando dele, será mais uma tristeza para a minha imensa lista. Mais uma para eu me lamentar depois.
Agora eu estou em um avião, classe econômica, indo para Londres. Minha chefe só conseguiu passagens de classe econômica e eu não podia ir junto dos meninos, pois é claro que eu sairia nas revistas. E nem um de nós quer isso, já que não era para a gente nem se conhecer.
Tudo bem que já tinhamos saido em revistas, mas Louis postou uma foto minha e de Eleanor no twitter falando que eu era amiga dela. Isso pareceu acalmar um pouco as fãs. Tinha algumas até shippando eu e Louis, o que era estranho já que supostamente eu sou amiga da namorada dele. Ex-namorada. Sei lá.
Voltando ao meu lamento pessoal, esse avião é o pior de toda a minha vida. Além de ter um gordão babando do meu lado, encostado no meu ombro, tem uma velha que gosta de falar mais não escuta direito, então eu tenho que repetir a frase um monte de vezes e quando eu grito ela reclama que eu gritei falando que ela não é surda. Bom, não é o que esta parecendo.
Depois de uma hora viajando resolvi que iria conhecer o avião, tudo bem que não tem muito a conhecer, mas qualquer coisa é melhor do que ficar aqui ouvindo a velha louca gritar comigo e o gordão babar em mim.
Levantei-me calmamente fazendo a velha me encarar na duvida e o gordão se apossar do meu banco.
Fui ate o banheiro e fiquei na fila esperando. Logo chega a minha vez e faço o que tenho que fazer e saio, quando saio sem querer esbarro em um aeromoço, sim, um homem que trabalha no serviço do avião. Ele tinha cabelo castanhos e olhos azuis, traços perfeitos. Devo confessar que era um pouco parecido com Louis, mas não vou falar e nem pensar nisso. Já que eu odeio ele, e qualquer um que se parece com ele.
 – Desculpe-me – falei corando. Por que eu estou corando? Maldita bochechas. Será que existe alguma cirurgia que faça as bochechas pararem de corar?
 – Tudo bem, Srta.? —ele falou todo fofinho, acho que deve ser novo nesse tipo de emprego.
 – Pode me chamar de Harriett – falo e estendo a mão e assim nos cumprimentamos
 – Prazer, me chamo Harry – A não, só pode estar brincando comigo, serio produção? Harry? Não podia ser qualquer outro nome? Um nome que não pertencesse a alguém que odeio?
 – Bonito seu nome – minto, mas o que eu podia falar? Tem uma pessoa que eu odeio que também se chama Harry e eu quero que essa pessoa morra? Podia morrer também que seria um Harry a menos nesse mundo? Tenho a impressão que falar isso não seria bom.
 – A versão masculina do seu nome – ele fala rindo. Nossa, acabei de pegar raiva do meu próprio nome. Que vida boa. 
 – Verdade – falo tentando rir, mas acho que saiu uma risada muito falsa, pois ele me olhou tentando não rir de mim.
 – Acho melhor você deve voltar para o seu lugar – ele fala e eu reviro os olhos
 – Prefiro ficar no banheiro, lá esta muito chato – falo e ele ri 
 – Mas por quê? 
 – Tem um gordão que fica babando no meu ombro e uma velha surda que gosta de conversar – falei e ele riu da minha desgraça.
 – Não deve estar tão ruim assim
 – Esta, acredite. Mas me conte sobre você... 
 – Quer mesmo saber sobre mim? – concordo com a cabeça – ok, adoro a cor azul e adoro ler, meu sonho é virar piloto de avião e minha comida favorita é hambúrguer.
Acho que já achei alguém para me ajudar a superar tudo isso de casamento, foda-se o nome da criatura, vale tudo. E namorando ele eu posso ignorar o Louis e odiar ele em paz, pois foi a essa conclusão que eu cheguei, eu odeio ele. Odeio saber que ele também me odeia. Harriett, se concentre no gato com nome feio na sua frente. Sim, para mim Harry e qualquer derivado desse nome é feio, inclusive o meu próprio nome.
 – Nossa, que legal. Eu também amo ler, na verdade eu sou jornalista, então vivo lendo e escrevendo. Minha cor favorita é azul também – falo sorrindo – e minha comida favorita é macarrão – acrescento. 
 – Que legal – ele comenta
 – Mas o que levou você a querer ser piloto de avião? – perguntei parecendo curiosa, mas eu só não queria voltar para o meu lugar.
 – Bom, uma pessoa que eu admiro muito é piloto de avião, então isso me levou a gostar também além de ser um jeito de passar mais tempo com essa pessoa.
 – Que legal – aposto que é o pai ou o irmão mais velho. Ele tem cara de que admira o pai. Ou o irmão mais velho.
 – E você? O que te levou a querer ser jornalista?
 – Acho que pela curiosidade que eu tenho e pelo meu amor à escrita, acho que é isso.
 – Que legal, eu gosto de escrever, mas não a ponto de fazer algo relacionado com a escrita – ele falou e eu ri da cara que ele fez
 – Você gosta mais da ação de poder pilotar um avião – falei e fingi estar dirigindo.
 – Exatamente – ele falou como se eu tivesse acertado uma resposta e por isso ganhasse um premio de um milhão de dólares – alguém me entende
 – Sou boa em entender as pessoas – falei me gabando e jogando o cabelo para trás
 – Que bom, é humilde também – ele falou e riu, o acompanhei.
 – Devo falar que você é o primeiro Harry que eu conheço que é legal – falei
 – Conhece quantos Harry’s que não são legais?
 – Um, mas é o suficiente para eu começar a odiar meu próprio nome – falei e nós dois rimos
 – Ele não pode ser tão ruim assim
 – Ele é, acredite 
 – Mas o que ele fez?
 – Me irrita por tudo, qualquer coisa que eu falo ele me zoa, se cometo um erro é capaz de fazer um cartaz e colocar na janela para todo mundo que passar ler que eu cometi um erro.
 – Olha, acho que isso é amor – ele falou e eu arregalei os olhos
 – Não, nem pensar, somos só bons inimigos – falei e rimos – Acho melhor eu voltar para o meu lugar
 – Ok, me passa o seu numero para mantermos contado – ele fala e assim faço, passo meu numero para ele
Voltei para a minha poltrona e a velha tinha dormido e o gordo babão tinha acordado, que sorte a minha esses problemas a menos. Se bem que não vai ser esses problemas que irão me ajudar e voltar a ter a vida que eu tinha, mas com essa proposta eu não quero mais voltar a ter a vida que eu tinha. Eu prefiro ter a vida que provavelmente teria, um estágio na The Sun e um bom apartamento, posso até pensar em ter um cachorro. Acho que sobre o cachorro melhor não, vou começar a falar muito sozinha, mais do que já falo.
É tudo pode mudar agora, eu sinto isso, sinto que nada mais vai ser como era, pois minha vida esta bem distante do que era e se voltar vai ser uma regressão e eu não quero regredir.
-x-
Lar não tão amado lar. Devo confessar que a casa do Louis é muito linda. Bom, de casa não tem nada, é uma mansão, mas isso não é o mais importante agora. O que importa é que desde que eu cheguei em Londres, Harry, o do avião, e eu ficamos trocando mensagens. Ele é muito fofo. O tempo todo ele está preocupado comigo, perguntando se esta tudo bem. É um namorado em potencial.
 – O que esta achando do seu novo lar? – Eleanor perguntou enquanto Harry, o chato, e Louis, o marido, estavam trazendo as malas para dentro.
 – Quer mesmo saber? – perguntei e ela confirmou – aqui é incrível, menos por dois seres.
 – Desencana! Você vai ter que passar seis meses, pelo menos, com ele – ela falou – se bem que em minha opinião vocês vão acabar juntos e ficar velhinhos juntos. Com vários filhos e netos.
 – Els, nós nos odiamos, não conseguimos nem ficar cinco minutos sozinhos sem brigar – falei. 
 – Ok, mas depois quem irá falar “eu te avisei” serei eu – ela falou e se sentou em um dos milhares sofás daquela sala.
Era uma sala muito linda em tons de bege e dourado. Tinha uma lareira em um canto e uma grande TV de tela plana bem no meio da parede, dois sofás e algumas poltronas. Não tenho um olho de arquiteto, mas era uma bela sala.
Logo Tomlinson entra carregando duas malas, uma minha e outra dele, Styles entra atrás segurando um celular e gravando. Claro, ele está gravando para mostrar pro juiz que ele é um bom marido. Por que eu não tive essa ideia? 
 – Tó, grava para mim – falo dando meu celular para Eleanor e assim ela faz, começa a gravar.
 – Olha só como eu sou um bom marido, estou trazendo as malas para dentro. Uma delas é da minha adorável esposa – ele fala erguendo minha mala.
 – Mas que adorável marido você – falo em um tom forçado e olhando para a câmera que Els segura – Trouxe as malas, muito cavaleiro – falei e caminhei ate as minhas malas e de dentro de uma tirei umas cervejas – trouxe para você, sei que homens adoram beber – falei olhando para a câmera que Els segurava, ela tentava não rir.
 – Nossa, que legal, para agradecer eu trago um pacote de absorventes para você, sei que mulheres usam muito – ele fala forçado também olhando para a câmera que Harry segura. Styles esta se segurando para não rir.
 – hahaha, que engraçado você – falo e Louis vem na minha direção e me dá um rápido selinho
 – Desculpa, é que eu não consigo me segurar – ele fala o mais forçado possível com um sorriso falso.
 – Tudo bem, eu também não – falo com um sorriso forçado
 – Vamos aproveitar a nossa vida de casados – ele fala me pegando no colo igual um noivo faz com uma noiva e eu por instinto solto um pequeno grito.
Assim ele me carrega ate a cozinha e Harry vem atrás guardando o celular, ato repetido por Eleanor. Louis percebeu que eles não estavam mais gravando e me soltou no chão.
 – Ei! – exclamei esparramada no chão tentando me recuperar da queda
 – Desculpa amor – ele da ênfase na palavra “amor” – você é pesada – ele falou e passou por cima de mim pegando uma das cervejas que eu trouxe
 – Louis, você não é assim – Els o repreendeu me devolvendo o meu celular
 – Sou quando estou obrigado a ficar com alguém por seis meses e essa pessoa não é legal – ele fala
 – Faço do seu sofrimento o meu – reclamei e ele me olhou torto
 – Bom, eu não quero esse sofrimento e essa casa também não é minha – Harry falou – boa sorte – e se retirou rapidamente.
 – Vejo que vocês estão com as cabeças duras, boa sorte para vocês dois – ela falou e foi caminhando ate a porta, mas antes de passar se virou e falou – Louis, Simon quer que terminamos nosso namoro publicamente 
 – Ok, vou postar no twitter qualquer coisa do gênero – ele resmunga do meu lado
 – E depois de uma semana vocês vão poder sair junto publicamente – ela fala e nos dois concordamos com a cabeça
 – Tchau Els – eu falei e ela acenou para mim e fechou a porta
Eu e Louis não falamos nada, ficamos apenas encarando a TV desligada a nossa frente. Aquele silencio estava completamente sinistro. Até parecia que algum de nós dois cometemos algum crime e quem falasse primeiro era o acusado.
Ouvi meu celular apitar, chegou uma mensagem e ao perceber que era do Harry, o legal que é fofo, eu sorri. Foi automático, não consegui evitar de sorrir.
 – Mensagem do namoradinho? – Louis perguntou em um tom de desprezo
 – E se fosse? Você não tem nada a ver com isso – resmunguei sem nem abrir a mensagem
 – Claro, a não ser pelo fato de estarmos casados – ele dá de ombro 
 – Relaxa então “marido” é só um amigo – falei abrindo a mensagem e vendo.
“Vou ficar um tempo em Londres, vamos sair? Quero te mostrar a pessoa que me inspirou a querer virar piloto XxX Harry”
“Claro, hoje não dá mais, nem amanha é meu primeiro dia de estagio. Que tal depois de amanha? XxX Harriett”
 – Que fofa você, trocando mensagem com um amigo e sorrindo feito boba, aposto que gosta dele – Tomlinson falou me fazendo o encarar. Ele tinha um sorriso de deboche no rosto
 – Se não te conhece falaria que é ciúmes – falei com a minha melhor cara de “foda-se”
 – Esse mínimo que você me conhece é suficiente para você saber que eu nunca teria ciúmes de você – ele fala e se levanta – Tem somente um quarto livre, os outros estão reformando.
 – Que bom, você vai ficar bem confortável no sofá – falo e ele revira os olhos entrando em uma porta do lado que deduzi ser a cozinha.
“Combinado, depois de amanhã vamos nos encontrar XxX Harry”
Sorri boba e me levantei entrando no mesmo cômodo de Louis e vendo ele no telefone. Dei meia volta e sai. Hora de explorar a casa. Isso vai ser divertido.

Heeey
Eu percebi que tem varias pessoas que não tinha lido UDBC antes,
mas que não sabe UDBC é Um desconhecido bem conhecido,
e eu recomendo você acompanhar essa fic por essa reescrita!
Um beijo e um queijo
Tália

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