8/07/2014

Criminal Capítulo 28 - Coward




Joguei minhas bolsas sobre a cama empoeirada, forrada por uma colcha de flores rosas e azuis mofadas. Chanel soltou um miado confuso, pulando em cima do colchão, levantando um mar de poeira que a fez espirrar. Joguei meu celular em cima de uma cômoda velha e me deitei na cama em uma posição fetal, acariciando os pelos brancos de minha gata.
Eu ainda não acreditava no que havia feito: fugido. Eu tinha ido embora o mais rápido possível depois da conversa com Niall. Os olhos dele me encarando com pavor me davam ânsia de vomito e repulsa de mim mesma. Eu era um monstro, um monstro treinado para matar e fazer o mal e aquilo nunca mudaria.
Mais choro estava entalado em minha garganta. Pensar em Zayn fazia com que esse bolo subisse rapidamente e eu precisava fazer esforço para não solta-lo pelos meus olhos. Eu sabia que um dia ou outro eu teria que contar a verdade, eu não poderia simplesmente passar o resto da minha vida fingindo ser outra pessoa que eu não sou... Podia? De qualquer maneira, deixa-los para trás não seria tão seguro quanto eu queria que fosse, mas eu não podia continuar com aquilo. Eu estava sendo uma covarde. Uma grande covarde que queria pular fora, sair do jogo! Eu não podia escolher entre ele e Alfred... Alfred dissera que eu também estava sendo ameaçada... Eu não podia morrer para sair do caminho para matarem ele, eu nunca me perdoaria por isso – por mais que estivesse morta.
Chanel miou e virou seu rostinho para mim.
– Não me olhe assim – resmunguei – Eu não tive escolha, ok? Niall descobriu tudo e ele tinha razão... Eu não posso fazer isso com eles, muito menos com Zayn! – ela miou novamente – Eu sei, Chanel... Eu sei que ele está correndo mais perigo sem mim, mas... Eu não consigo mais. – uma lágrima quente embaçou meus olhos, escorrendo por minha bochecha – Eu não posso mais fazer isso! – mordi meu lábio – E se eu não me afastasse, Alfred morreria... E ele não pode morrer. Eu não tenho mais ninguém.
Mais lágrimas começaram a descer em um turbilhão de sentimentos. Segundos depois eu já estava soluçando, enfiando minha cabeça em um travesseiro que fedia a suor e molhando toda a sua fronha. Era isso que os covardes faziam, choravam, se rendiam a dor que acumularam no peito.
Eu não sei por quanto tempo fiquei chorando naquela cama, em um quarto de um motel londrino barato, botando tudo para fora. Cada lágrima que escorria, era uma dor passada que se instalara em mim; cada lágrima escorrida era um erro que cometi; cada lágrima escorrida era uma pessoa que matei. Chegou a um ponto em que parecia não existir mais água para cair dos meus olhos e foi então que eu acabei caindo no sono.
Acordei mais tarde com dor na cabeça. Ela latejava e meus olhos arderam quando eu os abri. Sentei-me com dificuldade na cama, encarando o quarto pequeno e uma sujeira que Chanel havia deixado no chão forrado por um carpete vermelho manchado com tinta azul. Me rastejei para fora da cama, indo em direção ao banheiro e encarando meu reflexo no espelho. Meus olhos estavam tão inchados que chegava a dar medo.
Prendi os cabelos fungando com nariz e passei uma água no rosto, saindo do banheiro com uma sensação de peso do corpo. Peguei meus celular e me joguei em cima da cama, desbloqueando a tela. Naquele momento eu provavelmente estaria agendando voos para os shows na Irlanda, mas em vez disso eu estava acabada em um motel. Eu podia passar minha noite me afogando em lágrimas.
Foi então que o celular vibrou em minhas mãos, mudando a tela para uma foto de Louis fazendo uma careta engraçada ao meu lado. Meu corpo tremeu e eu me sentei no colchão, encarando a foto por uns dez segundos, pensando se eu atenderia ou não. Passaram-se mais uns trinta segundos e a foto sumiu, assim como celular parou de tocar, mostrando que Louis havia desistido.
Joguei o celular na minha frente e fiquei observando as várias ligações que apareciam nos últimos minutos: “Louis”, “Louis”, “Louis”, “Louis”, “Louis”, “Louis”, “Harry”, “Louis”, “Louis”, “Liam”, “Louis”, “Harry”.
Então, depois de várias ligações e muitas ignoradas, a foto havia finalmente mudado. Mudou para uma minha com o Zayn. Ele estava beijando minha bochecha enquanto eu sorria e tínhamos tirado há pelo menos três dias. Seu nome piscou na tela várias vezes. Entrava na caixa postal e depois tentava novamente. Caixa postal, outra ligação. Aquilo se repetiu umas trinta vezes, sem brincadeira, e eu ficava apenas olhando, tentada a não atender uma ligação.
O celular vibrou mais uma vez e Chanel resmungou do outro lado do quarto. Eu suspirei, passando a mão pelo rosto e puxando meus cabelos para baixo, frustrada.
– Anda Clara... Seja mulher.
Peguei o celular perto dos meus pés e encarei a foto por mais alguns segundos antes de apertar o botão verde e leva-lo a orelha.
– Zayn. – minha voz saiu rouca.
– HOPE! – ele deu um berro do outro lado da linda – ELA ATENDEU!!!!
– DEUS É PAI! – escutei a voz fina de Louis do outro lado – Pergunta logo onde ela tá, cara. O que tá acontecendo?
– Hope, meu Deus, cara, você nos deu um susto! Cheguei em casa e você não estava, e ainda não atendeu os telefonemas, quer nos matar do coração?
– Zayn, eu...
– Fala logo onde você tá porque estou indo para aí agora mesmo! Pelo amor de Deus, nunca mais faça algo desse tipo, você me matou do coração e...
– Zayn! – tentei ser autoritária, mas minha voz saiu mais mole ainda – Você não precisa me buscar em nenhum lugar!
– O quê? Por quê? Você tá de carro?
O choro de antes decidiu voltar para a minha garganta. Soltei uma fungada, piscando os olhos várias vezes para evitar aquela água quente que subia.
Respirei fundo e falei:
– Porque eu não vou voltar mais.
Silêncio.
– Quê? Não entendi. O que quer dizer com is...
– Eu não voltar mais Zayn... Estou indo para Nova Iorque. – respirei fundo outra vez, me sentindo um mostro ainda pior – Eu to indo embora.
Mais silêncio.
– Hope... – Zayn abaixou o tom de voz – Isso é algum tipo de piada?
– Não! Não é... Eu estou indo embora, eu me demito e... – a conversa com Niall voltou para meus pensamentos. O fato de eu ser vontade veio junto como bônus – estou terminando com você! – fiz uma careta sofrida, fechando os olhos e sentindo outra lágrima escorrer. Eu não acredito que estava fazendo aquilo – Por favor, tente entender, eu..
– Espera... Isso é sério? Isso não pode ser sério... – ele soltou uma risada irônica – Isso... Isso... Onde você está, Hope? Vem pra casa, precisamos conversar.
Solucei.
– Essa não é a minha casa. – tampei minha boca para evitar sair outro soluço. Eu estava deixando ele para trás. Eu estava largando ele para praticamente morrer. Era isso que eu estava fazendo! Clara, você é tão idiota. Niall, você é mais idiota ainda – Desculpe. Por favor, não me procure! – falei rapidamente, desligando a ligação e meu próprio celular em seguida.
Eu cheguei a pensar que vomitaria meu próprio coração. Eu era uma covarde oficial, uma covarde bipolar oficial.
Mas eu não podia deixar Zayn morrer.
Também não podia deixar Alfred morrer.
E não podia tentar viver uma vida perfeita falsa.
Joguei o celular desligado com força no chão. Ele já estava rachado e não estava me importando se havia piorado a situação. Limpei minhas lágrimas com força, chegando no segundo estágio de um “rompimento”. A raiva.
Tudo isso era culpa de uma pessoa. Uma única pessoa. O homem misterioso que mandara matar Zayn. Era tudo culpa dele. E eu não ia mais me lamentar em uma cama velha, esperando alguém morrer. Eu iria investigar minha última vítima, iria para uma ultima missão. Iria descobrir a verdade de uma vez por todas. Eu iria achar esse cara e iria acabar com ele.

Narrador’s POV
A velha fábrica de ferramentas era um lugar muito grande. Haviam várias salas que eram usadas para diferentes funções na hora da produção. No momento, as salas vazias e velhas estavam sendo de ótimo uso para uma única pessoa. Seus cabelos eram rasos, as roupas eram pretas e ele usava uma máscara de ferro no rosto, com os detalhes dos lábios e nariz realçados.
Ele observava pela janela do seu novo “escritório” quando um homem entrou no cômodo rapidamente. Ele era magrinho e parecia novo de mais para trabalhar com aquele tipo de assunto.
– Clara Vacker foi embora, senhor. – ele disse, ofegante – Skin acabou de vê-la entrar em um motel em um beco aqui em Londres.
– Interessante. – disse o mascarado, sua voz saiu abafada – Avise o agente Gold que já temos o que ele precisa e o resto, você já sabe o que fazer, James.
– Sim, senhor. Não o desapontarei.
– Assim espero. – o homem sorriu por trás da máscara, sentindo um gosto doce em sua saliva, o doce gosto da vingança.
Ele finalmente acabaria com Clara Vacker, assim como ela acabou com ele.
Clara’s POV
– Por que alguém mascarado mandaria matar um cara simples e bondoso de uma banda? – eu andava para os lados, pensando a respeito sobre o assunto. – Será que Zayn deve a alguém? – espremi os olhos, filosofando – Não! Ele não é assim! Não faz sentindo! – suspirei – O que acha, Chanel?
– Miau.
– Muito interessante, vou anotar no meu bloquinho! – revirei os olhos, encarando todas as folhas que eu havia preenchido com teses inúteis e o computador aberto em algumas pesquisas – Zayn não faz mal a uma mosca! Por que raios querem mata-lo?
Joguei meu bloquinho de anotações longe, revoltada com tudo aquilo. Por que queriam matar Zayn Malik?
Sentei-me na cama, sentindo um sono devastador. O relógio marcava três e quinze da manhã, mas eu havia prometido para mim mesma que só dormiria depois de descobrir todo esse mistério.
Pense Clara... Você sempre foi boa nesse tipo de coisa. Pense.
Botei minha mente para trabalhar, fechando os olhos e quase caindo no sono por conta disso. Meu cérebro tentou ligar qualquer acontecimento, qualquer fato, qualquer coisa que ajudasse em tudo isso, mas nada era suficiente. ERA UM CASO IMPOSSÍVEL.
Duas batidas fortes foram depositadas contra a porta e eu pulei de susto, voltando a realidade. Me levantei quase que me arrastando e fui até a porta, imaginando quem poderia ser as três... Da manhã... Por que alguém viria no meu quarto nesse horário? Não fazia o mínimo sentindo, chegava a ser completamente estranho.
– Quem é? – perguntei, irritada por não ter um olho mágico ali.
– C-Camareira. – as três da manhã?
– Só... Só um minuto.
Abaixei meu corpo com cuidado, encostando minha barriga no chão e olhando sobre a fresta da porta. Vi duas sapatilhas azuis em um pé delicado, extremamente feminino. Me levantei novamente e pensei alguns segundos antes de abrir a porta e dar de cara com uma mulher. Os cabelos delas estavam presos e seus olhos se encharcaram de lágrimas assim que me viram.
– O que acontec... – comecei a perguntar, mas fui totalmente interrompida por um homem que apareceu ao seu lado.
– Clara Vacker. – ele falou, olhando para a camareira em seguida – Obrigada, querida, assumo por aqui.
Ela concordou e saiu correndo, ainda chorando. Olhei-a ir embora e depois encarei o cara na minha frente que aparentemente me conhecia de alguma maneira. Dei um passo para trás, levando minhas mãos lentamente para o bolso traseiro da calça, onde eu havia deixado um canivete suíço perante tudo o que acontecia.
– Nem pense em pegar esse canivete, querida. – ele sorriu para mim, entrando no quarto e tirando o chapéu da cabeça – Sabe o quanto foi difícil te encontrar? – ele sorriu para mim, tirando uma máscara de médico do bolso e vestindo em seu rosto – Querida, estou há mais de cinco anos tentando te prender.
Polícia.
– Me prender? – fingi uma surpresa.
Meu objetivo no momento era chegar até minha bolsa, pegar uma arma e fazer o possível para sair dali e viva e desvendar esse outro problema. O único detalhe era que estava sentindo minhas pernas moles e a visão estava se escurecendo, fazendo-me piscar várias vezes.
– Sim. Sim. Venho te estudando há anos. – ele continuou – Aliás, nem tente ir até suas armas... Nesse exato momento, estão sendo jogados no tubo de ventilação deste quarto uma espécie de sonífero. Você irá apagar daqui alguns segundos.
– O quê? – arregalei os olhos, sentindo um tontura horrível e me desiquilibrando – Quem... Quem é você?
Quando caí no chão, seu corpo se aproximou do meu e ele se agachou, acariciando os fios de meus cabelos e dizendo:
– Sou o detetive Johnson, querida. FBI. – Johnson falou e tudo ficou borrado.
Segundos depois, eu não enxergava mais nada além de uma escuridão tenebrosa e quando menos esperei, minha consciência se apagou em um clique.





Heeey pessu!!
Tudoo boooooooooooooooom?
Mais um cap :D
Gostaraaaaaaaaaaam?
Muiiiito obrigada pelos lindos e maravilhosos
comentários!!!!!
Amo vocês!
Eu vou ser rápida pq to c a internet
um horror e to publicando antes que
ela acabe, ok?
Beijos,
Lo

16 comentários:

  1. Oii, queria dizer que sua fic está incrível. Eu leio desde o início mas nunca comentei ( o que é uma pena). Continue, estou esperando os próximos capítulos ^

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  2. Eu tinha esqecido q se ia posta hj kkk maiis continua xoxo isabel

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  3. Nossa que capítulo divino, o que será que esse Johnson quer com Clara?
    Qual o motivo de querer matar Zayn ?
    Quem é o tal mascarado? MUITOS mistérios,estou SUPER curiosa pra saber o que vai acontecer.
    Já disse que você escreve SUPER BEM? NÃO?Você escreve mais que bem é divino a forma que você explora os personagens,cada detalhe, você mostra claramente os sentimentos de cada um. Isso é maravilhoso, bem detalhado,agente conhece mais o personagem e se apaixona mais ainda <3
    Continua logo,está perfeito ;D

    xoxo Paloma O/

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  4. continua ta perfeita, so queria saber os dias q vc posta??

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  5. Eu to morrendo FBI? COMO ASSIM PLMDS

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  6. Eu to morrendo FBI? COMO ASSIM PLMDS

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  7. Eu to morrendo FBI? COMO ASSIM PLMDS

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  8. Q dia vc vai postar mais?

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  9. Q dia vc vai postar mais?

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    1. Oii .. ela posta e segunda-feira e Quinta-feira .. xoxo isabel
      Espero ter ajudado :)

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  10. Vou morrer se vc não postar logo

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  11. Elo abre vagas para adm?

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  12. A mais eu sei que foi Niall que conto para a policia e essennegocio de fbi nao er, er alguem que quer matar Zayn . Hoje er segundaaa sabe q isso suginifca? Capitulo.novo hahahahah malz pelos erros celular . Continua eu nunca desejei tanto pela segunda feira como hoje kk isso ai abre vagas?

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