Zayn estava deitado a minha
frente. Ele dormia tão sereno, tão calmo e seguro que desejei estar em seu
lugar, invejei o como ele conseguia dormir tão bem, tão profundo, entretido em
seus melhores sonhos já sonhados. Seu peito subia e descia por de baixo da
coberta e falta de sua camisa me deixava desconfortável. Eu me sentia uma
adolescente encarando a cena em que Taylor Lautner fica sem camisa em
Crepúsculo.
Depois de inventar uma boa
desculpa por ter aparecido totalmente “destruída” – falei que havia caído feio
de queixo no chão quando fui buscar o “quite de primeiros socorros”, tão feio
que até acabei luxando o pulso – fomos para o hotel e eu insisti que ficaria
cuidando de Zayn até que ele melhorasse. Os meninos queriam leva-los ao médico,
mas eu não permiti, eles provavelmente fariam um exame de sangue e veriam o
resquício de veneno em suas veias.
Inventei outra desculpa para que
soubessem onde havia aprendido a fazer aquela espécie de “remédio caseiro para
alergias de insetos venenosos”. Uma vez, numa missão, fui infectada por um
dardo venenoso e quando já estava praticamente pra morrer, um líder de uma
tribo qualquer me encontrou no meio do mato, caída e me levou para sua cabana.
Lá ele me deu essa mistura nojenta e me explicou mais tarde no que ajudava.
Precisávamos no veneno em si, adiciona-lo em água, pimenta e vinagre. A pimenta
com o vinagre agiria em conjunto no sangue, eliminando o veneno das veias antes
que ele atinja o coração. Tínhamos que beber só para vomitar mesmo e garantir
que nada que estava dentro de nós quando o veneno foi injetado continue ali.
Ele se remexeu na cama, ficando
de costas para mim. Me levantei, indo até ele e encostando a mão em sua testa,
garantindo que a pouca febre tinha realmente ido embora. Ele estava bem, e eu
me sentia bem por ele estar bem, isso era fato.
Caminhei até a porta, saindo do
quarto do hotel sem fazer barulho para não acorda-lo. Andei alguns passos pelo
carpete do corredor, decidindo ir para a piscina junto com os outros.
Quando me aproximei do elevador,
senti algo tampar minha boca e puxar meu corpo para trás. Desesperada, comecei
a me debater, tentando me soltar de seja-la-quem-for que estava me arrastando.
– Fica quieta, Clara! – a voz de
Alfred soou em meus ouvidos e quando me dei conta, estava dentro de um armário
de limpeza, encarando meu parceiro.
– Alfred! – exclamei, pulando em
seus braços para um abraço – Que bom te ver!
Falei com sinceridade no coração
e ele retribuiu o gesto.
– Que bom que está bem, Clara. –
ele me afastou, encarando meu rosto.
Sua expressão passou de
naturalmente simpática para séria. Eu sabia o que tinha por vir, eu levaria uma
bronca dele e uma das feias, e sinceramente, não fazia a mínima ideia de qual
seriam meus argumentos.
– Clara...
– Já sei, já sei, já sei... Você
veio aqui para me dar bronca.
– Clara! Já faz quase três
semanas que você está nessa!
– Olha eu sei, mas...
– Não venha me falar que está se
enturmando entre eles! Eu andei te espionando, Clara, e você nem tentou mata-lo
nas horas que teve chance!
– Eu... Você andou me espionando?
Não confia em mim, Alfred? – perguntei indignada, perplexa... Pra falar a
verdade, acho quem nem eu mais confiava em mim.
– Nas circunstancias que
estávamos, não dá para confiar! – ele falou bravo, sério, nervoso. Não gostava
de vê-lo daquele jeito – Por que não o matou ainda, Clara? O que está
esperando?
– Talvez... Talvez eu tenha
perdido a habilidade. – dei de ombros, cruzando meus braços e olhando para as
caixas que tinham ali.
– Não me venha com essa! Você não
perdeu a habilidade, Clara, só está com frescura!
– Eu não estou com frescura!
– O que você fez em seu pulso? –
ele perguntou mudando completamente de assunto – O que aconteceu? – olhei para
meu próprio pulso enfaixado – Você está com um roxo na bochecha, Clara! Se
meteu em briga com quem?
– Eu não briguei com ninguém, eu
só...
– Eu não sou idiota! As pessoas
já sabem, não sabem? Estão atrás desse cantorzinho de merda! Essa droga de
banda está acabando com a nossa missão! Você precisa largar de ser boba e matar
logo ele... Se fosse eu, já teria matado todos esses idiotas, Clara!
– Não fala assim deles!
Pera.
Oi?
Vocês acreditariam se eu falasse
que fiquei surpresa com minhas próprias palavras? Eu estava simplesmente...
Chocada? Confusa? Achando que estava ficando louco? Meus olhos se arregalaram no
máximo que podiam e eu não conseguia acreditar no que tinha acabado de
acontecer... Eu os havia defendido.
– O que você disse? – Alfred
inclinou a cabeça, tão chocado quanto eu.
– Eu... Eu... – eu havia
defendido eles. Eu me senti brava quando Alfred xingou Zayn, e muito mais
quando xingou os meninos, mesmo sendo xingamentos leves, eu me senti um
pouquinho irada – Eu falei para não falar assim deles. – repeti, não sabendo de
onde consegui coragem para repetir aquilo.
– Clara. Você
só pode estar de brincadeira comigo! – Alfred passou a mão no rosto, irritado –
Era uma coisa tão simples! Tão simples! – ele começou a elevar a voz – Sabe o
quanto essa grana seria boa para a nossa companhia! Poderíamos expandir! Sair
da Rússia e ir para outros lugares além da Eurásia! Poderíamos crescer tanto
que seriamos capazes de dominar a Europa inteira! – ele falava com tanta
admiração que comecei a ficar espantada.
Dominar a
Europa?
– Alfred! Isso
é a vida real, não um desenho animado! Apenas fazemos os serviços sujos que os
outros não conseguem! Fazemos só aquilo que prejudicará aqueles que esnobaram
da nossa nação.
– Clara...
Nosso intuito mudou faz muito tempo... – Alfred riu – E você está a ponto de
estragar tudo em segundos! Jones não vai ficar feliz com tudo isso! – Jones...
Era o presidente na agencia, fazia um tempo que eu não ouvia esse nome – Ou
você mata logo esse menino, ou eu mesmo mato!
– Olha, eu to
pouco me fodendo pra que o Jones pensa! – falei brava, jogando os braços para
cima – E to pouco me fodendo pro que você pensa! Isso é loucura! Dominar o
mundo? Alfred, acorda! Isso já está passando dos limites... Isso não é a droga
de um filme de super herói. Isso é a vida real e se dominar o mundo é o que
vocês pretendem, eu prefiro ficar fora disso! Prefiro voltar a ser garçonete! –
andei até a porta, colocando minhas mãos na maçaneta – E você quer saber o
porquê de tê-los defendido? Porque eles são meus amigos! – aquela afirmação foi
mais para mim do que para ele – Porque eu finalmente achei pessoas que gostam
de verdade de mim! Pelo o que eu sou!
– Pelo o que
você é, Clara? – ouvi sua voz seca atrás de mim – Ou devo dizer Hope?
Umedeci meus
lábios, sentindo uma estranha sensação de raiva percorrer pelas minhas veias.
Optei por não dizer mais nada e abri a porta, saindo da droga da dispensa de
materiais de limpeza, deixando Alfred para trás e indo diretamente para o
quarto de Zayn, garantindo que NADA aconteceria com ele naquele dia. Nada.
E ele
continuava lá. Sereno. Dormindo. Nem imaginando quantos problemas o cercavam.
OLAÁÁÁÁÁ
Tudooooo beeeeeem?
Mais um cap para vcsss!
Esse ficou meio chatinho, maaaas
o proximo vai estar melhor, juro!
MUUUITO obrigada pelos
comentários <3
Eu não vou falar mto pq
to com um pouco de pressa
aqui!
Então só isso.
ATÉ AMANHA!
Malikisses & Paynekisses
Lo <3
Continua por favor, está simplesmente perfeito!! *-*
ResponderExcluirContinuaaaaaaaaaaa ai mds continua logoo
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