7/05/2014

Criminal Capítulo 14 - I'm afraid of the dark




Meus pés batiam um contra o outro no ar, entediados. A fileira de camas cinzas estavam vazias, deixando-me ainda mais desconfortável e com medo. Meus cabelos loiros estavam presos em dos rabos de cavalo, um de cada lado e usava um vestidinho verde, dado pela minha mãe de presente de Natal no ano anterior.
Um homem passou pela porta de metal. Ele usava terno e botas masculinas. Ele caminhou até mim, se ajoelhando para poder ficar da minha altura, sorrindo ao fitar meu rosto.
– Oi, Clara. – ele disse – Sou Alfred. – estendeu a mão para me cumprimentar gentilmente – Lembra de mim? – concordei de leve, dizendo logo em seguida:
– Onde estou? Cadê meus pais?
Alfred perdeu o sorriso do rosto. Suspirou, segurando meu queixo com os dedos. O olhar que me lançara não fizera muito sentido em minha cabeça, afinal, tinha apenas sete anos e não fazia a mínima ideia do motivo de estar ali. Por que ele me olhava com tanta pena?
– Você está em casa agora.
– Essa não é minha casa.
– Mas será, Clara. Será.
Alfred me puxou para um abraço. Um abraço bom, que eu devolvi sem entender muito.
– Clara, Clara, Clara... – ele falava meu nome, como se chorasse em meus ombros. Por que ele estava chorando? – Seus pais... – ele se afastou, segurando meus ombros e me encarando seriamente – Eles se foram.
– Eu sei. Eles foram para uma viagem em Los Angeles. – ele riu, parecendo achar engraçado minha ingenuidade.
– Não, querida. Eles se foram, para sempre.
– O quê? Não. Eles juraram que iriam voltar.
– Clara, eles morreram.
Meus olhos se arregalaram e um borrão branco tampou minha visão. Alfred não estava mais na minha frente, o cenário havia mudado. Eu via minha mãe, minha mãe caída na minha frente. Seu corpo estava ensanguentado e ao seu lado, do mesmo jeito, estava meu pai. E como se não bastasse, há alguns centímetros de distância estava Steve, com o rosto deformado, machucado, destruído.
Mas ele não estava morto.
Steve tentava falar comigo, ele abria a boca carbonizada e murmurava:
– Hope... Hope... Hope...
Quem era Hope?

– Ei, Hope! Hope! HOPE! – meu corpo se remexeu para a esquerda e depois para a direita – HOPE! EI!
Um calafrio percorreu minha espinha e meus olhos se abriram bruscamente. Meu peito subia e descia numa rapidez inacreditável, e eu estava completamente sem folego, assim como um rio de suor pingava pela minha testa. Meu Deus, o que tinha acontecido? Meu rosto estava MUITO molhado! E só fui perceber depois que senti a dor em meu pulso que algo prensava minhas mãos na cama, ou melhor, alguém prensava.
– Hope! Você tá bem? – o rosto de Zayn se encontrava próximo ao meu, eu conseguia ver meu reflexo em seus olhos castanhos.
– O que... O que aconteceu? – perguntei.
– Me diga você! – ele soltou minhas mãos – Você estava gritando, esperneando, chorando.
– Eu... – limpei o suor da minha testa enquanto me sentava devagar na cama. Esperneando? Gritando? Chorando? – Tive um pesadelo.
– Quer... Falar sobre isso? – ele perguntou, se sentando perto dos meus pés.
– Não. Estou bem. – falei tentando demonstrar calma, quando, na verdade, estava a ponto de desmaiar.
– Tem certeza? – Zayn insistiu.
Eu tinha sempre esses pesadelos, mas nunca foi a ponto de gritar ou espernear, geralmente eu só acordava um pouco suada. E eram sempre os mesmos: ou a notícia da morte dos meus pais, ou alguma coisa que envolvia Steve, mas dessa vez, foram os dois juntos, capacidade que eu não sabia que tinha.
– Hope? Você tá mesmo legal?
Não. Eu não estava legal.
– Não é nada. Sério. – menti mais uma vez.
– Tem certeza? Você ficou estranha essa noite inteira também!
Isso não era mentira. Fiquei tensa com a discussão que tive com Alfred. Depois daquilo mandei dobrar a segurança de todos os shows, entrevistas e até pedi que não deixassem ninguém entrar nos quartos dos meninos sem ser identificado e reconhecido por eles antes. Eles não acharam tão estranho, já que há dois dias tentaram matar Zayn e naquela manha ele tinha quase morrido com um “inseto”(não que insetos pudessem entrar no quarto e mata-los... Mas você entendeu).
– Sim. Eu estou bem.
Zayn ficou me encarando por alguns segundos até decidir levantar. Ele deu a volta na cama, se jogando ao meu lado.
– O que está fazendo? – perguntei confusa.
– Vou ficar com você, oras. Sei como é horrível quando temos pesadelos e quando eu tenho, gosto de conversar com alguém para que eu esqueça. Além do mais, você me salvou duas vezes! Preciso te recompensar!
Tive vontade de ser grossa e falar que eu não era ele, mas não queria voltar a dormir e deixar os pesadelos dominarem minha cabeça de novo. Talvez conversar com Zayn fosse uma ótima distração.
– Então? Sobre o que quer conversar? – ele perguntou, se enfiando em baixo das cobertas e chegando mais perto.
– Qualquer coisa – dei de ombros, ficando um pouco envergonhada estando com aquele pijama horroroso na frente dele.
– Certo... Pode começar me contando onde é sua tatuagem misteriosa. – admito que soltei uma gargalhada.
– Pensei que já tinha esquecido!
– Eu não esqueço as coisas com muita facilidade. – Zayn me olhou suplicante com seus lindos olhos.
Ele estava usando um pijama parecido com o meu – o que tornava aquela situação ainda mais constrangedora – e seus cabelos estavam totalmente bagunçados e baixos, sem nenhum resquício de um topete bem feito. Com eu nunca tinha reparado o quanto ele era bonito? E seria estranho se eu o achasse atraente no momento? Sim, seria estranho.
– Bem... – eu tirei a coberta do meu corpo e sentei em posição de índio – Aqui. – apontei para o meu calcanhar, onde havia um pequeno coração preto com uma flecha atravessando-o.
– Eu sabia!! – Zayn vibrou, fazendo um “yes” enquanto dançava uma dança entranha – E o que quer dizer?
– Eu... Fiz por causa de um namorado, sabe? Eu fiz e ele também. – dei de ombros, sentindo um nó se formar na minha garganta. Droga, Malik! Por que tivemos que entrar justo nesse assunto?
– Oh, você namora? – ele perguntou com uma careta na qual quis ignorar.
– Namorava... – enfatizei – E não acredito que fui tão estúpida em fazer essa droga. – enfiei meus pés novamente no cobertor, sentindo-me mais aliviada por esconder aquela coisa que me despertava lembranças tenebrosas.
– Quando estamos apaixonados fazemos coisas que nem imaginaríamos que faríamos um dia... Digo por experiência própria.
– Você já se apaixonou? – olhei para ela, vendo seu rosto encarar os próprios dedos sobre o cobertor.
– Tive uma noiva... – ele deu de ombros. Eu sabia sobre essa noiva, lembro de ter lido algo sobre ela quando pesquisei sobre Zayn. Não conseguia imagina-lo noivo, era jovem de mais – Mas não deu certo.
– Sinto muito.
– Não sinta, isso é passado. – ele sorriu para mim, dando de ombros – Então, vai me contar o motivo do seu pesadelo agora ou terei que te tacar na parede? – soltei outra risada, sentindo meu coração palpitar dentro do meu peito, ansiando para que eu botasse tudo para fora pelo menos uma vez.
Fiquei poucos segundos pensando se realmente me abriria com Zayn Malik, o cara no qual eu deveria ter matado há duas semanas, mas que não havia conseguido.
– Meus pais morreram num... Acidente quando eu tinha sete anos... Aqui em Los Angeles. – agora eu olhava para meus próprios dedos – E eu sempre tenho pesadelos de quando recebi a notícia, ou de como foi minha vida depois disso. – a cada palavra dita, eu sentia vontade de expulsar uma lágrima idiota do meu corpo.
– Hope... Eu sinto muito. – Zayn falou com um pesar na voz. Sua expressão esbanjava dó. Como eu odiava quando sentiam dó de mim.
– Não sinta, isso é passado. – imitei-o – Já faz muito, muito, muito tempo.
Eu não costumava falar dos meus pais para ninguém, aliás, eu não tinha ninguém com quem falar. Nunca tive uma melhor amiga, amigos, ou um parente, nem se quer distante.
Fui pega totalmente desprevenida quando Zayn me abraçou. Ele realmente me abraçou. Minha cabeça foi posta em seu peito e eu pude escutar as batidas aceleradas de seu coração-pôs-envenenado.
– Eu estou aqui se precisar, Hope. – ele disse calmo, passando as mãos pelos meus cabelos e me soltando – Sempre.
– Obrigada. – sorri sincera, grata por aquele ato bondoso. Eu sei que é estranho, mas tive vontade de abraça-lo de novo, e de novo, e de novo, e de novo, e assim por diante, até eu me cansar.
– Sabe do que você precisa? Hein? Hein? – me perguntou animado, tirando-me de meus devaneios.
– Do quê? – franzi meu cenho, encostando minha cabeça em minha mão boa.
– Sair! Vem com a gente noite que vem no pub! Dançar um pouco, beber... Conhecer uns caras legais... Sei lá.
– Ah não... Eu não sei dançar! – falei sincera, negando com a cabeça.
– Isso não é problema!
Zayn deu um pulo da cama, levando minha coberta junto.
– Zayn! Devolve! – reclamei, levantando junto e indo atrás dele – Para! Eu to com frio!
– Só se dançar comigo antes!
– Qual a parte do “eu não sei dançar”, você não entendeu?
– Como eu disse! Isso não é um problema! Eu te ensino! – ele jogou a coberta no chão e pegou o controle da TV. Ele ligou o aparelho televisivo e ficou passando os canais até achar um em que passava um clipe qualquer, de uma música bem antiga pelo jeito. – Opaaaa! Eu amo essa música! – ele aumentou o som, no máximo.
– Zayn! Abaixa isso! Tem gente dormindo! São quatro horas da matina... – tentei pegar o controle de suas mãos, mas ele jogou o pequeno objeto longe, mais especificamente em baixo da cama.
– Fica quieta, garota.
– Isso é uma música lenta! Não toca música lenta em pubs!
– Para de reclamar, Hop! – Zayn segurou em minha mão e puxou meu corpo para perto do dele – Agora é só me seguir!
Suas mãos deslizaram pelo meu braço enquanto ele se movia no ritmo lento da música que tocava. Soltei uma gargalhada quando ele tentou dar uma rebolada sensual e cheguei à conclusão que ele era mais duro do que eu. Seus dedos entrelaçaram nos meus e ele me girou com cuidado, juntando nossos corpos depois de eu rodar 360°. Parei de rir no instante em que suas mãos pousaram uma de cada lado de minha cintura.
– Coloca os braços no meu pescoço... – ele falou baixo e eu levei meus braços em volta de seu pescoço, tomando cuidado com o pulso enfaixado – E agora é só mexer.
Ele levou o corpo para a esquerda e eu o segui, sentando não pisar nos meus pés, nem nos dele. Demos um volta com aqueles movimentos e depois Zayn me girou outra vez, trazendo-me para perto, mas pegando minha mão direita e encaixando na sua, levando-as no ar. Sua outra mão voltou para minha cintura e a minha enfaixada foi para seu ombro.
Seus olhos focaram nos meus e eu pensei que iria vomitar em cima dele – imaginem que deselegante – e a cada movimento que ele me guiava a fazer, eu me sentia mais leve, quase como uma pena, voando pelo quarto.
– Dois passos para frente, dois para o lado... Dois para frente, dois para trás e giro. – ele fez, repetindo tudo isso até a música finalmente parar e passar para outra qualquer. – E... Fim.
Meu corpo parou próximo ao seu e tive a sensação de seus dedos apertarem de leve a minha cintura. Sua mão entrelaçada, puxou a minha até seus lábios e ele depositou um beijo suave ali. Meu coração acelerou, mandando sangue para as minhas veias numa velocidade descomunal. Seu rosto se afastou e a região que seus lábios pousaram formigava intensamente.
– Viu. Não é tão difícil assim. – ele sussurrou e depois se afastou de mim.
Percebi só então que estava segurando o ar em meus pulmões. Senhor, o que tinha sido aquilo?
Ficamos uns cinco minutos parados, sem dizer uma palavra. O clima estava muito tenso, mas eu não pensava em nada que pudesse mudar aquilo... Eu só conseguia sentir raiva da minha mão formigando. Foi uma coisa tão simples, mas meu corpo reagiu como se fosse de extrema importância.
– Eu... – ele falou, parecia tão perturbado quanto eu – Eu vou indo. Boa noite, Hope! – sorriu fraco e quando percebi, ele não estava mais no quarto.
Estava sozinha novamente. Mas dessa vez, tentava entender o que tinha acontecido.



OLAAAAAAAAAAAAAAA!
Tudooooooooo booooooooom amoresss?
Não publiquei ontem, então estou 
publicaaaaaaaaaaaaaaaaando hoje!
Espero que tenham gostado do capítulo!
log! Já foi arrumado, como
podem ver.
O blog tbOu não...
Efim!
Esse foi melhor que o outro, certo?
Muuuuuuuuuuuito obrigada pelos comentários 
e me desculpem aquele erro que
deu de vc ter que ser convidado
pelo bm ta com um novo design, que
foi feito pela Carol! Créditos a ela, claro!
Gostaram? Eu amei *-*
Booooooooom! Só isso!
Até segundaaa!
Malikisses & Paynekisses
Lo <3




5 comentários:

  1. Deiiixa eu postar minha fanfic aq? ... xoxo isabeel caso deixar deixo meus contatos obgd

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  2. Oq dizer sobre essa fic maravilhosa q comecei a ler esses dias e ja to amando? serio lo continua porq eu to mtooooo apxnada e preciso de mais!

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  3. Omg!! Mds vc escreve muito bem!! :o caraca!! Sua Fic é perfeitaa!! Eu estou amando, foi umas das melhores que li!! Caraa esta divino!! ♡ ♡

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  4. Eloo , sua Fic é perfeita menina continua que eu to amandoo !!!
    …Karol…

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  5. Eu ñ tenho palavras pra descrever sério sua fic daria um filme perfeito!!!#Top#Ameii !!!
    XxAlly

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